top of page
LOGO Assimetria Maristela Brandieri
  • Whatsapp

Por que Usar o Scanner 3D na Avaliação Craniana? Precisão, Segurança e Evolução Clínica

  • Foto do escritor: Guilherme Amorim Ubiali
    Guilherme Amorim Ubiali
  • 17 de jul.
  • 3 min de leitura

Por Dra. Maristela Brandieri – Fisioterapeuta Osteopata, Mestre em Terapia Manual


ree

Por muitos anos, a avaliação da assimetria craniana em bebês foi feita quase exclusivamente de forma visual e manual. Medições com fita métrica, palpação e inspeção observacional eram os métodos disponíveis para identificar deformidades como a plagiocefalia, braquicefalia ou escafocefalia. Embora essas técnicas ainda façam parte do exame clínico, o avanço da tecnologia trouxe uma ferramenta que transformou completamente a forma de diagnosticar e monitorar assimetrias: o scanner 3D.

O crânio do bebê nos primeiros meses de vida é extremamente moldável. Justamente por isso, deformações sutis podem passar despercebidas ou serem subestimadas em uma avaliação feita apenas "a olho". E quando falamos de intervenções precoces, cada milímetro de assimetria pode fazer a diferença no tipo de conduta adotada e na rapidez da resposta ao tratamento.

Ao utilizarmos o scanner 3D EinScan H2, temos acesso a um mapeamento completo e tridimensional do crânio do bebê, com precisão milimétrica, sem toque e sem qualquer tipo de radiação. O exame é rápido, dura poucos minutos e é absolutamente seguro, até mesmo para recém-nascidos. Mais do que uma imagem, o scanner gera um modelo digital do crânio, que permite ao profissional medir distâncias, ângulos e proporções com exatidão — algo que nenhuma técnica manual pode oferecer com o mesmo nível de confiabilidade.

Um dos principais problemas das avaliações tradicionais é a subjetividade. Dois profissionais diferentes podem avaliar o mesmo bebê e chegar a conclusões diferentes sobre a gravidade da deformidade, simplesmente porque estão baseando-se na observação e na experiência clínica. O scanner elimina esse viés, oferecendo dados objetivos, padronizados e comparáveis ao longo do tempo. Isso é especialmente importante quando se precisa decidir, por exemplo, se o caso exige apenas reposicionamento postural, terapia manual ou o uso de órtese craniana (capacete).

Além disso, o scanner 3D permite uma das coisas mais valiosas em qualquer tratamento: o monitoramento da evolução com precisão. Com cada novo escaneamento, é possível comparar o crânio atual com o anterior e acompanhar, em números e imagens, se a intervenção está surtindo efeito. Essa clareza é importante não só para o profissional, mas também para os pais, que passam a visualizar concretamente o progresso do bebê — algo que traz confiança, engajamento e tranquilidade durante o tratamento.

Estudos mostram que o uso de tecnologias tridimensionais melhora significativamente a acurácia do diagnóstico e reduz erros de indicação. Segundo Wilbrand et al. (2017), avaliações 3D permitem intervenções mais precoces e direcionadas, especialmente em casos borderline, em que a indicação de capacete pode ser controversa. Além disso, esses recursos ajudam a evitar tratamentos desnecessários em casos leves e a prevenir atrasos em quadros mais graves.

Outro ponto importante é que o scanner 3D é um recurso não invasivo e sem desconforto para o bebê. Não há necessidade de contato direto, não há compressão do crânio e o exame pode ser feito com o bebê no colo dos pais, em ambiente calmo e acolhedor. Para os profissionais, isso representa também maior agilidade e segurança na rotina clínica.

Na minha experiência com osteopatia pediátrica e avaliação de assimetrias cranianas, o scanner 3D se tornou uma extensão do olhar clínico. Ele não substitui a avaliação manual, mas a complementa com dados que nenhuma fita métrica ou inspeção visual pode oferecer. É, sem dúvida, um diferencial que eleva o padrão do atendimento, promove mais segurança nas condutas e contribui para resultados clínicos mais eficazes.

A medicina e a fisioterapia evoluem constantemente, e é nossa responsabilidade incorporar o que há de mais seguro, preciso e humanizado no cuidado aos nossos pequenos pacientes. O scanner 3D é um desses avanços — e, quando falamos do desenvolvimento craniano nos primeiros meses de vida, cada detalhe conta.


Dra. Maristela Brandieri - Fisioterapeuta Osteopata – CREFITO 156255-F - Mestre em Terapia Manual (Universidad Europea de Madrid) - Especialista em Osteopatia Pediátrica


Referência científica:Wilbrand, J. F., Schmidtberg, K., Bierther, U., et al. (2017). Efficacy of helmet therapy in positional plagiocephaly. Journal of Craniofacial Surgery, 28(2), 383–390.

 
 
 

Comentários


bottom of page